Num cenário em que a taxa Selic atinge 15%, é natural que surjam dúvidas sobre o momento ideal para investir em imóveis. Afinal, com aplicações em renda fixa prometendo retornos elevados, será que o financiamento imobiliário ainda faz sentido?
Neste artigo, analisamos os dados do estudo RE/MAX publicado pela Exame e mostramos por que, para quem valoriza moradia com qualidade e visão de longo prazo, o imóvel permanece um ativo estratégico.
Comparando números: o que dizem as simulações
O estudo considerou imóveis de R$ 600 mil com entradas de 30%, 40% e 50%. No financiamento de 30 anos, mesmo com juros médios de 11,5% ao ano, o valor final desembolsado ficaria entre R$ 1,3 e R$ 1,6 milhão. Em paralelo, o mesmo imóvel teria potencial de valorização para mais de R$ 3 milhões, seguindo a média de 5,8% ao ano da FipeZap.
Se o montante da entrada fosse aplicado em Tesouro IPCA+, os rendimentos chegariam a R$ 7,1 milhões após 30 anos. A diferença impressiona, mas não conta a história toda.
O valor intangível da casa própria
Além do patrimônio financeiro, o imóvel entrega valor de uso imediato. Você mora, aluga, reforma ou vende conforme seus planos evoluem. A casa não é um número; é um lugar. Mais ainda: para muitos brasileiros, o trauma da hiperinflação dos anos 90 e o confisco de poupanças pelo Plano Collor ainda ecoa. O imóvel, nesse contexto, representa solidez. Um bem físico, imune a decisões políticas repentinas.
Quando financiar faz sentido
Se o objetivo é moradia, o financiamento com entrada e saldo investido em aplicações financeiras pode equilibrar as contas. O próprio estudo da RE/MAX demonstra que, ao manter parte do valor aplicado, é possível cobrir prestações e ainda preservar capital. O imóvel passa a ser, então, um investimento híbrido: funcional e patrimonial.
Decisão inteligente: razão e emoção
A lógica financeira importa, mas não esgota o tema. Morar bem é parte de um projeto de vida. Casas e apartamentos bem localizados, com projeto assinado e materiais de qualidade, tendem a valorizar acima da média. São mais resilientes a oscilações do mercado e carregam valor afetivo.